Presente no Brasil desde 2010, a Black Friday tem se tornado cada ano mais popular. Em 2015, a data alcançou um faturamento de R$ 1,5 bilhão, segundo pesquisa da Clear Sale, feita em parceria com o Busca Descontos, organizador do Black Friday.com.br, portal que agrega promoções dos varejistas do e-commerce nacional. O valor é quase o dobro do registro em 2014, quando o faturamento foi d R$ 872 milhões, e bem maior que a projeção do mercado, de R$ 978 milhões. A forte adesão dos brasileiros à Black Friday se deve muito pela proximidade com o Natal, e apesar de muitos varejistas de lojas físicas estarem abraçando a ideia da data, a concentração de vendas ainda acontece majoritariamente no meio digital.

Diferentemente dos primeiros anos, a Black Friday tem se mostrado mais organizada e amadurecida. “O mercado evoluiu muito. Estou na área desde 2013, e quando ingressei, foi no meio de uma Black Friday, que vinha com um ranço de 2012, que foi ruim, com muitas reclamações no Procon. Depois disso, muita gente discutia a viabilidade de fazer novamente. Ninguém acreditava no modelo, seja as lojas ou nós, os operadores logísticos”,diz Vito Chiarella, diretor Comercial e de Marketing da DGB, holding que controla a Total Express.

A Black Friday de 2012 foi apelidada, à época, de Black Fraude pelos consumidores, devido à prática de inflar o preço meses antes e depois dar descontos que não correspondiam com a realidade. “ Eu vejo que a última Black Friday foi muito bem feita. Houve uma evolução e um aprendizado, tanto do consumidor quanto do vendedor”, diz Chiarella.

Atualmente, os compradores contam com sites de comparação de preços históricos, o que facilita na checagem do preço real dos produtos. Além disso, o número de denúncias do passado trouxe conscientização e mais transparência para os processos. O Procon de São Paulo, por exemplo, mantém uma lista de sites que são notificados por propagandas enganosas na Black Friday. Essa lista é aberta ao público e possui atualmente 504 registros.

Para Washington Moura, a Black Friday supriu uma carência do próprio mercado. “O fenômeno da Black Friday se deu por uma demanda reprimida. As pessoas têm uma limitação de recursos, então quando vão fazer uma compra de um produto que dura anos, como uma geladeira, por exemplo, elas podem esperar uma data dessas. O consumidor pode se programar. Ele aprendeu a comprar. Todos estamos começando a nos educar e aprender a comprar. Hoje, você pode usar ferramentas de monitoramento de lojas e saber se aquele preço do produto é honesto”, explica.

Com recorde de vendas, os operadores logísticos tiveram que se adaptar para atender atender a essa demanda crescente. “O que nós flexibilizamos e adaptamos nesses picos de armazenamento é em relação à mão de obra, pois aumentamos a equipe. Quando o pico é em volumetria, além da mão de obra precisamos aumentar a frota”, explica Koga, da TNT Mercúrio.

“Essa sazonalidade é algo para o qual o operador precisa estar muito bem preparado”, destaca na Adezan.

Fonte: Revista Tecnologística – Fevereiro 2016

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